Friday, September 10, 2010

O poder transformador do futebol

Por que, quando estamos num estádio ou assistindo um jogo na frente da tv, ficamos tão nervosos? Viramos completos animais, xingamos a mãe do árbitro, xingamos os jogadores do outro time, xingamos até o nosso próprio técnico se ele tira algum jogador que nós gostamos.
E não é só homem que faz isso, mulher também. Talvez com menos intensidade, mas isso depende da pessoa também. Eu sempre me animei e xinguei mais do que um ex namorado meu quando tava vendo jogo. Mas é que ele não gostava tanto de futebol quanto eu.
E também, depende pra que time você torce né. Porque, como eu já disse aqui antes, existem torcidas e torcidas. Duas torcidas que eu respeito, que são fodas (mas não tanto quanto a minha, é claro) é a do Internacional e do Grêmio. Eu já fui ver um jogo no Beira Rio, Inter contra o Corínthians (não quero comentar o resultado) e fiquei impressionada com a torcida.
Inter e Grêmio se odeiam né, nunca vi algo igual. Dá até medo de andar na rua perto deles. Se odeiam mais que Corínthians, São Paulo, Santos e Palmeiras juntos. Eles ficam doidos quando jogam um contra o outro, viram animais mesmo. Deve ser o sangue gaúcho hauuahua.
Na minha monografia eu digo que o futebol surgiu como uma forma de escape pro trabalhador. Dentro de campo ele podia liberar as tensões sem que isso fosse considerado um crime ou violência real. Pra mim o futebol, por excelência, é um esporte violento. Agora tão inventando essa história de fair play, mas que ele sempre vai ser violento, vai sim. Não tanto quanto o rugby, é verdade, mas muito mais do que volei, basquete e tênis por exemplo.
Eu até achei uma citação do Monteiro Lobato, que quem diria, gostava de futebol:
"Não é mais esporte, é guerra. Não se batem duas equipes, mais dois povos, duas nações, duas raças inimigas. Durante todo o tempo da luta, da quarenta a cinquenta mil pessoas, deliram em transe, extáticas, nas pontas dos pés, corações aos pulos e nervos tensos como cordas de viola. Conforme corre o jogo, há pausas de silêncio absoluto na multidão suspensa, ou deflagrações violentíssimas de entusiasmo, que só a palavra delírio classifica. E gente pacífica, bondosa, incapaz de sentimentos exaltados, sai fora de si, torna-se capaz de cometer os mais horrorosos desatinos (...)". (GUTERMAN, 2009. P.60. Apud: LOBATO, Monteiro. A onda verde. São Paulo: Monteiro Lobato & cia., 1921. p.97.)
Ele escreveu isso em 1921, imagina se ele visse como que tá agora.
E por que vc acha que o futebol nos transforma tanto?! Eu não sei, eu só sei que pode realmente despertar o que há de pior em nós! huaauuha
Um amigo me disse ontem que os piores jogos são Corínthians e São Paulo. Que jogar contra o Flamengo, contra o Santos, é de boa. Mas não contra o Corínthians. Talvez seja porque a torcida do Timão seja que mais se deixe contagiar pelo espírito animalesco que desperta quando assistimos futebol. Mas provavelmente, é devido ao ódio dos bambis em relação ao meu time querido. Vocês sabem né, o Corínthians é o time dos estremos, ou você ama ou odeia. Eu acredito que quem odeia é porque tá com inveja =P hauahhauauhau
Saudações Corínthianas!
Livro de hoje: A pátria em chuteiras: novas crônicas de futebol - Nelson Rodrigues.

2 comments:

  1. Verdade... eh bom xingar na hora do jogo... mas n acho legal brigar.. discutir... até pq.. o futebol é a coisa mais importante entre as coisas menos importantes... hehehehe...

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  2. sim, claro
    em nenhum momento quis fazer apologia à violência
    sou totalmente contra
    e eu não concordo com que "futebol é a coisa mais importante entre as coisas menos importantes"
    pra mim, é uma das coisas mais importantes dentre as coisas importantes huhuahuaha
    mas essa sou eu né
    se não achasse isso, não teria feito esse blog ;)
    obrigada pelo comentário
    da próxima vez, se identifique heheh
    bjusss

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