Wednesday, January 26, 2011

Quer melhorar de vida? Vai ser jogador de futebol!

Faz um certo tempo que queria escrever sobre o tema que vou falar hoje, mas como ele é meio polêmico, tava enrolando um pouco...
Ano passado, enquanto estava participado de um projeto social na cidade de Vargem Grande Paulista, me dei conta de uma coisa muito séria que acontece no Brasil e quem me chamou a atenção para isso foi um alemão. Estávamos falando de como ajudar crianças da periferia a ter uma vida melhor, a conseguirem ser "alguma coisa", como se eles fossem "nada" por estarem ali... Além de um trabalho MUITO legal que é realizado ali no bairro do Jardim Margarida, no qual procura-se passar o ideal da unidade e do amor ao próximo, ouvi algo que me pertubou um pouco. A de que eles estavam procurando o próximo Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Adriano entre aquelas crianças, que se eles encontrassem, as crianças teriam um futuro brilhante ganhando muito dinheiro...
É claro que não existe nada demais nisso, eles não estão fazendo nada de errado, muito pelo contrário, o trabalho que é feito lá é exemplar. O problema foi o exemplo que eles deram...
O que acontece é que no Brasil temos a tendência de achar que a única maneira de melhorarmos de vida é sendo famosos, virando músicos, atores, jogadores de futebol... Querem um exemplo? O Criança Esperança. É claro que a arte é muito importante e eu sou a primeira a defender a valorização dela, mas fala sério, é meio cruel ensinar uma criança a tocar um instrumento e não dizer pra ela que ela provavelmente vai morrer de fome sendo músico se não for MUITO boa no que ela está fazendo.
É só pensar: quantos músicos, atores e atrizes se deram realmente bem na vida? Muito poucos. São realmente poucas pessoas que conseguem viver disso, mas mesmo assim, são as únicas profissões que as crianças, que precisam de uma profissão para sair da miséria, aprendem nesse projeto.
O mesmo acontece com o futebol. Quer melhorar de vida? Vire jogador e ganhe milhões na Europa! Ah tá, tudo resolvido. Mas e quantos jogadores realmente estão ganhando milhões?!
O que eu quero dizer é que, apesar de serem profissões legais, que as crianças tem direito a sonharem, não é o suficiente. Temos que parar com essa mania de achar que, através de profissões tão delicadas como essas, as crianças vão se salvar.
Querem colocar crianças com estrutura familiar nenhuma num mundo onde os egos são exaltados até o céu, onde elas terão acesso a drogas, bebidas, dinheiro, festas o tempo todo? Vão virar um Bruno da vida.
Cada pessoa tem uma vocação, o problema de um projeto que só vise uma área, a artística ou esportiva, é o de que as crianças que tem outras habilidades que não essas, não terão suas habilidades exploradas. Ou elas se sentirão isoladas ou procurarão perseguir esse mesmo sonho, sem nenhum sucesso, se frustrando porque ela não nasceu para fazer aquilo.
O que seria o ideal!? Que se ensinasse profissões mais reais nesses projetos. O esporte é importante, muda a vida das pessoas, é claro. Mas que tal ensinar carpintaria? Ou então dar um curso profissionalizante para se tornar mecânico, costureira, secretária... São profissões bem menos glamurosas quanto um jogador de futebol ou uma atriz, mas a probabilidade da pessoa ganhar pelo menos o mínimo para viver é muito maior. O que é melhor? Ganhar para sobreviver ou morrer de fome esperando ganhar milhões de dólares?!
Está na hora de sermos mais realistas. Nem todos os meninos que jogam bem futebol vão ser jogadores famosos. Vai depender do esforço deles, sim, mas também de talento e de sorte.
Aqueles que não tem talento deveriam poder descobrir que são bons em outras coisas. Cursos técnicos são uma ótima chance. A família toda do meu pai fez curso no Senai e todos estão muito bem, um tio meu tem até uma empresa que exporta para outros países. O filho de uma amiga da minha mãe tá indo nessa de ser jogador de futebol, modelo, ator... Não deu certo em nada, mas ele acha que só assim para ele conseguir ser rico.
Acho que existe uma inversão de valores muito séria nisso tudo. As pessoas não dão mais valor ao trabalho manual, querem seguir profissões que elas acham ser mais "fáceis", quando na verdade, são ocupações muito mais difíceis de serem perseguidas.
E vocês, o que acham? Querem ser jogadores de futebol também? Cuidado hein! huauahuaha
Saudações Corinthinas! =*

Tuesday, January 18, 2011

Confusões de início de ano

Todo início de ano é um caos. É assim pra mim, pro Ronaldinho Gaúcho, pro Flamengo, Grêmio, enfim, pra todo mundo. Enquanto uns tentam resolver onde vão trabalhar baseados em quantos milhões de reais vão ganhar, eu tenho uns problemas caóticos mais mundanos.
Apesar de beeem distante da realidade desses jogadores, eu tenho algo em comum com eles: eu cresci rápido demais. Os jogadores começam suas carreiras cada vez mais cedo e quando se é muito bom com 18 anos já estão jogando num super time na Europa ganhando um super salário. Isso deixa eles meio perturbados, afinal eles pularam uma fase da vida. Não é a toa que tem uns Adrianos por aí que depois de velhos resolvem festar e curtir a vida que nem um irresponsável. Eles, com pouca idade, tiveram que lidar com responsabilidades que não são comuns a pessoas de sua idade.
Tá, vocês vão pensar que isso não tem nada haver comigo, mas tem sim, já vou explicar. É que eu me identifico porque também comecei muito cedo a ter responsabilidades e fazer coisas que as pessoas da minha idade não fazem. Por exemplo: entrei na faculdade com 17 anos. Com 21 já estava formada e trabalhando. Com 22 já estou fazendo mestrado. Para a maioria das pessoas isso é ótimo, estou aproveitando muito bem meu tempo, com 30 anos já terei meu Doutorado, quem sabe até concursada, ganhando relativamente bem (relativamente porque professor nunca ganha bem de verdade). Eu sempre achei que ser adiantada era algo bom também, mas ultimamente tenho mudado um pouco de idéia...
Estou percebendo que ninguém da minha idade é assim. Ninguém (ou quase ninguém) entrou na faculdade com 17 anos. Ninguém terminou com 21. Ninguém com 22 anos já se fez especialização e agora ta fazendo mestrado. Ta faltando alguém pra me identificar sabe?! Pra me dizer que isso tudo é normal.
Quando vejo alguém com 20 anos entrando na faculdade, penso: mas como ela conseguiu? Com 20 eu já estava me formando! Mas isso tudo é com uma pontinha de inveja. Queria não ter ido tão rápido, queria ter aproveitado quando eu ainda era uma "adolescente". Quando eu só estudava e ia pras festinhas. Porque agora eu não tenho tempo pra sair, só pra estudar e trabalhar. Não tenho tempo nem pra namorar.
Ahh, namorar! Aí um outro tópico complicado. Namorar quem? Meus colegas de trabalho que tem tudo 30 e poucos anos com os quais não me identifico nem um pouco? Que gostam de Roupa Nova, Bee Gees, assistiram TV Pirata e querem casar nos próximos 5 anos? Com o povo da minha idade que ainda ta na faculdade, não tem carro e ainda vai em festa de República?! Ou talvez com os meninos mais novos, que sabe-se la porque são sempre os que aparecem como opção. Às vezes, a diferença de idade nem é tão grande, mas como eu sou a senhorita apressada, que pulou todas as etapas possíveis, as diferenças de experiência de vida são gigantescas. Eles são lindos, fofos, mas como ficar com alguém que tá entrando na faculdade ainda?! Estamos em 2011 e eu terminei meu curso em 2009! É muita diferença.
Então, se você estiver lendo esse post e tem entre 21 e 25 anos e está na mesma situação que eu, gostaria muito de te conhecer. To me sentindo numa crise de jogador de futebol que começou a jogar muito cedo. Daqui a pouco jogo tudo pra cima e vou voltar a ser uma adolescente irresponsável. E dane-se o que vão achar. O Adriano, o Ronaldo, o Neymar podem, porque eu não!?
Saudações corinthianas!
E vamo que vamo Timão! =)